Como diz a sabedoria popular, Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe. Um adágio perfeito para o cenário climatérico que envolveu a especialíssima edição das Bodas de Prata do Portugal de Lés-a-Lés. No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Rei-Sol prestou homenagem aos aventureiros descobridores das maravilhas deste ‘jardim à beira-mar plantado’, no final de uma maratona da ponta nordeste do mapa continental até ao local onde a Terra acaba e o mar começa, como escreveu Camões.
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Com a chuva intensa dos três primeiros dias como um pesadelo que parecia ficar para trás, a longa (muito longa) terceira e última etapa nestas Bodas de Prada revelou um epílogo digno de filme galardoado no retrato da ligação entre Bragança e Sagres, com paragens em Viseu e Ourém. Foram 425 quilómetros, é certo, mas que se anteviam ‘mais curtos’ que os 240 km da véspera, percorridos debaixo de condições climatéricas particularmente exigentes.
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Mesmo assim, nesta edição marcada pelas Bodas de Prata, foram mais de 10 horas em cima das motos, desde a saída, madrugadora, através do pouco explorado Ribatejo, onde foi ‘investido’ mais tempo para descobrir segredos, seguindo depois a planície alentejana em ritmo certinho para ganhar tempo. Que seria bem aproveitado na parte final, num rendilhando mototurístico pela serra de Monchique, as falésias e praias quase desertas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, para terminar em grande festa com o Atlântico como pano de fundo.